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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

Três pilares ao serviço do grande capital: A União Bancária

BCE-Frankfurt-Germany

Como fica claro com contas simples, a União Bancária, com os seus três pilares, não resolve nenhum dos problemas que estão e estiveram na base da actual crise económica e financeira.

No fundamental apresenta dois objectivos centrais:

  • criar um paliativo que não tem outro propósito senão criar a ilusão de que alguma coisa está a ser feita para que tudo permaneça na mesma;

  • e «regular» os gigantescos processos de fusões e aquisições concentrando capital e poder de fogo sobre os processos de falências que inevitavelmente vão acontecer.

Ou seja, assegura um mecanismo que garante ao grande capital estabilidade, mantendo a canalização de fundos públicos ao serviço dos seus interesses e conveniências.

As instituições «demasiado grandes para falir» continuam intocáveis, e, consequentemente os estados, ou seja os trabalhadores e o povo, continuarão a ser chamados a cobrir os prejuízos do grande capital financeiro aquando do rebentamento da próxima bolha especulativa que acontecerá mais tarde ou mais cedo.

Ler texto integral

 

Claro, clarinho*

Festa Avante 2015_1 

 

 A propósito de um editorial no Jornal de NEGÓGIOS de 13 de Agosto de 2015

 

Escreve Nuno Carregueiro 

«O perigo da queda dos BRIC»

«Se a pujança dos BRIC serviu no passado para atenuar o efeito do crescimento decepcionante nas principais potências mundiais, como os EUA e a Alemanha, a sua queda pode ter consequências imprevisíveis na economia global.»

 

É verdade, aquilo pode ter «consequências imprevisíveis na economia global.» Ou talvez não sejam tão imprevisíveis assim...

A ver se eu consigo explicar isto em «meia-dúzia» de parágrafos...

1. A economia global - o planeta como um todo - entrou em estagnação mais ou menos há uns 40 anos.

2. Durante uns primeiros anos houve baldúrdia e confusão mas depois inventaram o consumo generalizado a crédito (nos países do «centro») e a «coisa» disfarçou...

Ou seja, «empurraram o problema com a barriga»... Ou varreram o «lixo» para debaixo do tapete.

3. Entretanto os países da «periferia» de maior dimensão - muito em particular a China - com tradição («institucionalizada»...) de «dirigismo estatal», os que vieram a ser chamados de BRICS, começaram a crescer e, durante uns anos, reanimaram a dita cuja «economia global».

4. A «economia global» é um sistema fechado (não exporta nada para Marte nem importa nada de Vénus...). Ou seja, está tudo interligado. O que se exporta para um lado tem que ser importado por outro lado qualquer. E todos os países querem uma impossibilidade matemática (terem todos excedentes na respectiva balança de transacções).

5. Com o rebentar da crise da bolha financeira dos «subprime» - exemplo máximo do consumo a crédito - e sua propagação ao resto do planeta, tornou-se mais visível a estagnação relativa (há uns tantos que continuam a «engordar» dando a ilusão de que o sistema não está estagnado) da economia global.

6. A economia de comando estatal chinesa, também já foi - de há uns anos a esta parte - «infectada» pela lógica intrínseca do sistema capitalista.

E, como tal, mais tarde ou mais cedo teria que entrar em estagnação «local».

A menos que o Estado chinês - por via do Partido Comunista Chinês - tome decisões adequadas (orientadas para o mercado interno) e que sejam contrárias àquela lógica intrínseca do sistema capitalista, estamos todos bem encaminhados para o desastre global.

7. Tudo isto - toda esta «lógica intrínseca» - está dependente (de modo crucial e incontornável) de uma coisa chamada «lei da queda tendencial da taxa de lucro».

Algo que ando a procurar explicar (a quem me quer ouvir, claro...) desde há uns 35 anos anos a esta parte.

Entretanto, e como diria Keynes, «prefiro estar vagamente certo do que exactamente errado»...

«Claro, clarinho para militar entender» Carlos Fabão, militar de Abril

 

Gostava de ter escrito isto...
 

 

À deriva

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O Governo de Passos Coelho parece já andar à deriva, tantas são as gaffes, os desmentidos e as decisões contraditórias. Para percebermos a situação, há que recuar.

A actual «crise» capitalista emergiu com a «crise do sub-prime» nos EUA, que desembocou, de imediato, na canalização de rios de dinheiro dos povos para tapar o «buraco» – tão desmedido como insondável – aberto pela especulação mundial sem freio.

Deste desastre capitalista não resultou a mínima consequência para os seus responsáveis – os grandes especuladores financeiros das Bancas e das Bolsas –, chegando-se ao desplante de reconduzir nos seus altos cargos (e remunerações) a generalidade dos banqueiros responsáveis que, exibindo a sua fibra, a primeira coisa que fizeram, após «recondução», foi abotoarem-se com mais uma data de milhões para si próprios.

Milhões, diga-se, directamente extorquidos aos respectivos povos em forma dos tais rios de dinheiros públicos canalizados para que o sistema «não entrasse em colapso».

Para tal, reconduziu-se os que... têm levado o «sistema» a esse colapso.

A única mudança visível do capitalismo nesta conjuntura foi reagir com uma brutal agressividade sobre os povos, procurando recuperar os superlucros perdidos e, assim, desencadear um ataque generalizado aos direitos, liberdades e garantias dos povos.

E a armadilha foi-se urdindo.

Após a incomensurável «bolha» do sub-prime ter rebentado, duas coisas se fizeram no imediato: uma, apresentá-la como o «fim do mundo» se não fossem tomadas «medidas»; outra, propor como «medidas» o despejar de rios de dinheiros públicos para «tapar o buraco».

Posto isto, chegou-se a um novo patamar, o das «dívidas públicas», uma forma ainda mais generalizada de espoliar os povos, garrotando os mais fracos e vulneráveis através de «ajudas externas» com duas concomitantes consequências: uma, encher à tripa-forra os cofres dos especuladores com juros vampirescos sobre o dinheiro «emprestado» (a Alemanha e súbditos pontificam na UE), outra, espoliar povos inteiros de direitos básicos e fundamentais, como o direito ao trabalho e à segurança no emprego, ao salário digno, à protecção social, à Saúde, ao Ensino, ao descanso e ao lazer, à reforma adequada.

Tudo caucionado pela tal «crise», qual maremoto incontrolável e que, por isso, parece permitir todos os desmandos a quem ordena – a finança e os grandes especuladores – e a quem procura executar esse comando – os governos nacionais que sejam títeres desta pretensa nova ordem mundial.

É o caso flagrante do Governo de Passos Coelho, cuja rota ondulando em avanços e recuos, afirmações e desmentidos tem apenas uma linha concreta e objectiva: destruir, o mais depressa e o mais completamente possível, a generalidade das conquistas democráticas e sociais alcançadas com o 25 de Abril.

É claro que, mais tarde ou mais cedo, aqui e no mundo, tudo isto vai dar um grande estoiro.

Está escrito nas estrelas, como dizia o outro...

In jornal "Avante!" - Edição de 12 de Abril de 2012
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Gostava de ter escrito isto...

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Inadmissível

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Ignacio Ramonet, director do Le Monde Diplomatique, afirmou numa edição deste mês que «por ano, a economia real (empresas de bens e de serviços) cria em todo o mundo uma riqueza (PIB) estimada em 45 biliões de euros (45 milhões de milhões). Concomitantemente, também à escala planetária e na esfera financeira, os ditos “mercados” movem capitais na ordem dos 3450 biliões de euros. Ou seja, 75 vezes o que produz a economia real...».

O que primeiro ocorre é perguntar como pode o sistema capitalista sobreviver, indefinidamente, com esta inacreditável «bolha» financeira 75 vezes superior ao PIB mundial.

Mas a quem se pergunte como foi possível tamanha hipertrofia, convém recordar a natureza do bicho. O capitalismo tem uma regra de ouro – o lucro é o seu objectivo central. Por outro lado, a actividade produtiva que há muito gira na grande roda financeira, que tudo faz mover, incluindo os capitais, não garante indefinidamente tal desiderato. Mas como os capitais têm sempre de «ser remunerados» (em função da tal «regra de ouro»), a tentação de fazer deles a fonte central dos lucros é muito grande, sobretudo quando os negócios com a «economia real» começam a claudicar por outra «falha» mortal do sistema – a falta ou o «saturamento» dos mercados. E é por isso que os capitais foram transformados eles próprios num «produto» transaccionável em busca de elevados rendimentos perdidos na produção material.

Resumidamente, está aqui a grelha da actual crise: o mergulho suicida do sistema capitalista ocidental na especulação financeira para cobrir a falta de rentabilidade na economia real, praticando durante décadas um crescendo especulativo tão vertiginoso, que se chegou a este absurdo mortal de fazer circular nos «mercados» capitais que já correspondem a 75 vezes o PIB mundial.

Obviamente, tão desmedida «bolha» especulativa tinha de rebentar, o que aconteceu com a «crise do sub-prime». Já sabemos o que decorreu: os governos (com os EUA de Obama à cabeça) canalizaram rios de dinheiro dos seus povos para tapar este «buraco» desmedido e mantiveram o sistema intocável.

Resultado: a especulação e o «jogo dos mercados» continuaram alegremente, com novas aliciantes: o desastre da bolha especulativa foi-nos apresentado como a razão da «crise», os governos – mandatários, como sempre, dos interesses do grande capital – trataram de converter a «crise» num óptimo pretexto para espoliar os respectivos povos de direitos adquiridos e os «mercados» atiraram-se vorazmente ao negócio das «dívidas públicas», onde pontificam os próprios bancos europeus que, concomitantemente, «emprestam» e sacam juros delirantes aos «parceiros» da UE em dificuldades com o défice.

Num quadro assim, tudo está por um fio: a moeda única, a União Europeia e o próprio sistema capitalista, nesta insustentável burla de especular com capitais que correspondem a 75 PIB mundiais.

Também, num quadro assim, torna-se cada vez mais intolerável e inadmissível o ataque em curso contra os trabalhadores e o povo, por um Governo reaccionário que se escuda nesta periclitante conjuntura para tentar «limpar», do País, quaisquer resquícios do Portugal de Abril.

(sublinhados meus)

In jornal «Avante!» - Edição de 15 de Dezembro de 2011

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Notícias AQUI

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EUA - Partidos Políticos

    Todos nós ouvimos falar de dois partidos que dominam a cena política americana. É aquilo a que se chama um sistema de dois partidos.

Fui espiolhar um pouco mais, até porque, neste momento, para além dos dois candidatos dos Partidos Democrático e Republicano, já foram anunciadas mais duas candidaturas: uma Independente e outra do Partido Libertário.
Em próximo e-mail informarei sobre este assunto.
Por agora, deixo-vos umas listas que, na minha opinião, têm o interesse de espicaçar a nossa curiosidade.

                                            

A. PARTIDOS QUE TIVERAM CANDADATOS EM 2004 E QUE TERÃO EM 2008
  1. Republican Party
  2. Democratic Party
  3. Libertarian Party
  4. Constitution Party
  5. Green Party
B. OUTROS PARTIDOS QUE NOMEARAM CANDIDATOS EM ELEIÇÕES RECENTES
  1. America First Party (2002)
  2. Centrist Party (2006)
  3. Independence Party of America (2007)
  4. Jefferson Republic Party
  5. Moderate Party (2006)
  6. Marijuana Party (2002)
  7. Party for Socialism and Liberation (2006)
  8. Peace and Freedom Party (1967)
  9. Prohibition Party (1867)
  10. Reform Party of the USA (1995)
  11. Socialist Equality Party (1953)
  12. Socialist Party USA (1973)
  13. Socialist Workers Party (1938)
  14. Workers World Party (1959)
  15. Working Families Party (1998)
  16. United Clingon and Syborge Rights Party (1969)
C. OUTROS PARTIDOS QUE NÃO NOMEARAM CANDIDATOS EM RECENTES ELEIÇÕES
  1. American Centrist Party (2004))
  2. American Party (1969)
  3. American Patriot Party (2003)
  4. American Heritage Party (2000)
  5. American Reform Party (1997)
  6. Christian Falangist Party of America (1985)
  7. Communist Party USA (1919)
  8. Democratic Socialists of America
  9. Freedom Road Socialist Organization (1985)
  10. Independent American Party (1998)
  11. Labor Party (1995)
  12. Libertarian National Socialist Green Party (1997)
  13. National Socialist Movement (1974)
  14. New American Independent Party (2004)
  15. New Black Panther Party (1989)
  16. New Union Party (1974)
  17. Personal Choice Party (1997)
  18. Populist Party of America (2002)
  19. Progressive Labor Party
  20. Ray O. Light Group (1961)
  21. Revolutionary Communist Party USA
  22. Social Democratic Party of America (2007)
  23. Socialist Action (1983)
  24. Socialist Alternative (1986)
  25. Socialist Labor Party (1876)
  26. Unity08 (2006)
  27. Workers Party USA
  28. World Socialist Party of the United States (1916)
D. PARTIDOS REGIONAIS QUE NOMEARAM CANDIDATOS
  1. Alaskan Independence Party
  2. Aloha Aina Party
  3. American Independent Party
  4. Charter Party of Cincinnati, Ohio
  5. Connecticut for Lieberman Party
  6. Conservative Party of New York
  7. Covenant Party
  8. Expansionist Party
  9. Independence Party of Minnesota
  10. Independent Citizens Movement (US Virgin Islands)
  11. Liberal Party of Minnesota
  12. Liberal Party of New York
  13. Liberty Union Party (Vermont)
  14. Marijuana Reform Party (New Yoork)
  15. New Jersey Conservative Party
  16. New Progressive Party of Puerto Rico
  17. New York State Right to Life Party
  18. Popular Democratic Party of Puerto Rico
  19. Populis Party of Maryland (Nader, candidato em 2004)
  20. Puerto Rican Independence Party
  21. Republican Moderate Party of Alaska
  22. Southern Party
  23. The Center Party
  24. United Party (Idaho)
  25. United Citizens Party (South Carolina)
  26. Vermont Progressive Party
  27. Working Families Party (New York & Connecticut)
E. PARTIDOS HISTÓRICOS QUE DEIXARAM DE EXISTIR
  1. Federalist Party (1789-1820)
  2. Democratic-Republican Party (1792-1824)
  3. Anti-Masonic Party (1826-1838)
  4. National Republican Party (1829-1833)
  5. Nullifier Party (1830-1839)
  6. Whig Party (1833-1856)
  7. Liberty Party (1840-1848)
  8. Law and Order Party of Rhode Island (1840s)
  9. Free Soil Party (1848-1855)
  10. Anti-Nabraska Party (1854)
  11. American Republican Party (1843-1854)
  12. American Party ("Know Nothings") (1854-1858)
  13. Opposition Party (1854-1858)
  14. Constitutional Union Party (1860)
  15. National Union Party (1864-1868)
  16. Readjuster Party (1870-1885)
  17. Liberal Republican Party (1872)
  18. Greenback Party (1874-1884)
  19. Anti-Monopoly Party (1884)
  20. Populist Party (1892-1908)
  21. Silver Party (1892-1902)
  22. National Democratic Party / Gold Democrats (1896-1900)
  23. Silver Republican Party (1896-1900)
  24. Social Democratic Party (1900-1901)
  25. Home Rule Party of Hawaii (1900-1912)
  26. Socialist Party of America (1901-1973)
  27. Independence Party (or Independence League) (1906-1914)
  28. Progressive Party 1912 (Bull Mosey Party) (1906-1914)
  29. National Woman's Party (1913-1930)
  30. Non-Partisan League (1915-1956)
  31. Farmer-Labor Party (1918-1944)
  32. Progressive Party 1924 (1924)
  33. Communist League of America (1928-1934)
  34. American Workers Party (1933-1934)
  35. Workers Party of the United States (1934-1938)
  36. Union Party (1936)
  37. American Labor Party (1936-1956)
  38. America First Party (1944-1946)
  39. State's Rights Democratic Party (Dixiecrats) (1948)
  40. Progressive Party 1948 (1948-1955)
  41. Vegetarin Party (1948-1964)
  42. Constitution Party (United States 50s) (1952-1968)
  43. American Nazi Party (1959-1967)
  44. Puerto Rican Socialist Party (1959-1993)
  45. Mississipi Freedom Democratic Party (1964)
  46. Balck Panther Party (1966-1970s)
  47. Communist Workers Party (1969-1985)
  48. People's Party (1971-1976)
  49. U. S. Labor Party (1975-1979)
  50. Concerned Citizens Party (1975-1992)
  51. Citizens Party (1979-1984)
  52. New Alliance Party (1979-1992)
  53. Populist Party of 1980s-1990s (1984-1994)
  54. Looking Back Party (1984-1996)
  55. Grassroots Party (1986-2004)
  56. Independent Party of Utah (1988-1996)
  57. Greens / Green Party USA (1991-2005)
  58. New Party (1992-1998)
  59. Natural Law Party (1992-2004)
  60. Mountain Party (2000-2007)
  61. Christian Freedom Party (2004)
E, se foram capazes de chegar até aqui, digam lá se a realidade não ultrapassa em muito a imaginação!...
                     
Fernando
                    

A gaffe da Senadora!!!

     Não tinha intenção de vos escrever. Muitas News podem ser demais e cansativas. Mas, neste momento, é obrigatório, até porque não sei como é que esta notícia vai chegar a Portugal.
Estamos perante
a gaffe política das Primárias 2008!
A Senadora Clinton disse hoje que prosseguiria na campanha para lá de Junho (as Primárias acabam no dia 3 de Junho) porque, tal como aconteceu com o Senador Robert Kennedy (que foi assassinado durante a campanha eleitoral de 1968, no dia 6 de Junho, quando era candidato à Presidência dos EUA), também agora poderia acontecer o mesmo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Finalmente ela confessou o que a sua candidatura, e ela própria, andavam há muito tempo a dizer: que ela continuava porque "alguma coisa poderia acontecer..."
Nós já sabíamos. Mas, uma coisa é sabermos, outra é ser a própria a dizê-lo! E a passar a ser moravelmente responsável por essa alguma coisa que poderá vir a acontecer!
Claro que já veio pedir desculpa! Aliás como fez, mais ou menos, quando disse que nela votavam os trabalhadores brancos!
Este assunto é muito grave!
Outro dia, quando Huckaby (que foi um dos candidatos do Partido Republicano) estava a falar num encontro de uma Associação ligada às armas (que é uma coisa de que muitos americanos gostam, principalmente os que fazem negócio com elas) e se ouviu um estrondo no palco ele disse qualquer coisa como isto: "Ah! Não foi nada! Apenas o Senador Obama que caiu da cadeira onde estava sentado porque alguém lhe apontava uma arma..."
Hoje, foi a vez da Senadora confessar o que lhe vai na alma, a tal "alguma coisa" que "poderia acontecer" e que a levasse ao pódio do poder. E disse-o de forma bem clara e esclarecedora. De forma irresponsável (ou talvez não) também. Como quem sugere que é provável acontecer mais um assassinato, depois de John Kennedy, depois de Martin Luther King, depois de Robert Kennedy, precisamente agora, que lhe dava tanto jeito!!!...

                          

Fernando

                    

Declarações graves de Hillary Clinton

Caros amigos,

1

Junto de vós penso que não tenho que me justificar. Sabem que paguei para fazer política. Que entrei nesse mundo porque quis e saí dele quando quis. Ninguém me paga para pensar como penso. Ou para enviar um e-mail que sai de mim, por vezes dolorosamente, porque tem a ver com a minha própria vida, com as minhas alegrias e tristezas, com os meus sentimentos e as minhas reflexões, com o meu estudo e a minha procura da verdade, com as horas que roubo ao sono para escrever a palavra certa no local certo. Por vezes, eu sei, a minha mensagem perde eficácia, porque há sempre alguém, com ar pelo menos condescendente, a chamar-me sonhador, ou poeta, ou permanente navegante de mares por descobrir.

2

Os meus e-mails começaram por ser pequenos textos intimistas que pretendia enviar para os meus filhos e sobrinhos, para a minha mãe e a minha irmã. Eram como as crónicas de New York que tentei publicar aí em vários jornais, sem perceber que "não tinham interesse jornalístico" como me foi dito por pessoa competente. Queria que eles percebessem como tenho andado a ocupar parte do meu tempo, a tentar compreender, a procurar respostas. Comecei por lhes dizer, há uns anos atrás, que não gostava de falsas generalizações e demasiadas simplificações. Há pessoas que procuram sempre o mais fácil. A mim, o que me dá mais prazer é questionar impossíveis, perseguir utopias, saborear o caminho da descoberta, conseguir ultrapassar os riscos proibidos. A minha ideia era explicar como é incorrecto dizer "os Americanos são isto ou aquilo". Porque "os Americanos" de hoje são uma imensamente complexa sociedade onde coexistem culturas as mais diversas, passados os mais dramáticos, cores, sons, cheiros, peles, sabores os mais recônditos.

3

Apoio Obama. Nunca o escondi. As minhas mensagens não são neutras porque, na minha vida, para o bem e para o mal, nunca fui neutro. Tomei sempre parte, mesmo que errado. Fi-lo porque não me abstive, não me calei, não recuei, sempre acreditei no que fazia. As minhas mensagens não são neutras, mas são a verdade que eu considero que merecemos. Se alguma coisa não estiver vestida por essa verdade de que falo, estarei sempre disposto a reconhecer a falta de rigor, a corrigi-la, a responsabilizar-me por a ter cometido. Procuro que as minhas mensagens sobre o processo das Primárias nos EUA vos ajudem a ver um pouco para lá dos números, das notícias dispersas e confusas, das incompetências ou manipulações dos fazedores de opiniões, das politiquices que só ajudam a afundar a Política com P grande. Porque foi dessa politicazinha pequenininha que me afastei é que me posso dar ao prazer de levantar voo e ver a floresta.

4

Quando me preparava para vos enviar algumas fotografias do comício, com Obama, a que assisti hoje, ouço e vejo na televisão, a Senadora Hillary Clinton, ainda candidata a candidata, numa reunião em que esteve, hoje, também, aqui na Florida. E pasmo. Uma revolta tão grande que não posso calar. Que tenho de partilhar convosco.

5

Ela quer que os votos da Florida e de Michigan, contem para as Primárias. Depois de, antes destas se terem iniciado, ter declarado que estava de acordo em não as considerar. Nessa altura ela pensava que no dia 3 de Janeiro começaria o processo da sua própria coroação como Presidente dos EUA. Claro que haveria Primárias, claro que haveria outros candidatos democratas (um deles até nem era branco), claro que haveria um adversário republicano. Mas nada disso era importante porque ela "sabia" que já estava tudo ganho: as Primárias, a Convenção Democrática de Agosto, as eleições gerais de Novembro. Não eram eleições. Era a coroação da predestinada, da convencida, da mulher que tinha como certa a conquista da ambição da sua vida, que tudo tinha sofrido na vida para conseguir esse objectivo, que não olharia a meios para atingir esse fim: ocupar o lugar a que aqui se chama o "mais poderoso do mundo". Só que, até agora, houve eleições e ela perdeu. Em primeiro segue o tal candidato a candidato que não é branco, imagine-se! Tem menos delegados eleitos (Obama já tem maioria absoluta), tem menos superdelegados, tem um pouco mais de um terço das vitórias eleitorais, tem menos votos (embora diga o contrário e haja quem acredite). Resta-lhe um argumento: que se rasguem as regras unanimemente aprovadas, que se divida o Partido (em raças e sexos), que se favoreça o candidato do Partido Republicano, mas que se coroe quem deve ser coroado. Porque ela pensa que é a pessoa mais bem preparada para ser o que quer ser...

6

Hoje comparou o processo eleitoral das Primárias ao que se passou em 2000 nas presidenciais que deram a vitória a Bush (com uma mais que obscura vantagem na Florida, por 513 votos) sobre Al Gore (que teve mais votos populares no conjunto dos EUA e que, porventura, terá ganho a Florida).

Não satisfeita com a comparação, fez outra. Comparou as Primárias do Partido Democrático com as eleições no Zimbabwe e as trafulhices e corrupções de um regime completamente descridibilizado perante a opinião pública mundial.

Isto é, para a Senadora, o que foi acordado por todos os candidatos (inclusive, ela própria) e o que se está a passar é a mesma coisa que se passou com as trafulhices da Florida de 2000, em que o Governador era irmão de Bush, e as mugabices de um país africano, que poderia ter sido um exemplo de descolonização e desenvolvimento.

Estão a perceber, não é verdade? Basta olhar para a cor do outro candidato, saber que o seu pai era queniano e ignorar que ele é a última pessoa que poderá ser esponsabilizada por um processo que teve como responsáveis o Governador da Florida (Republicano) e a direcção do Partido Democrático.

Mais. O director da campanha da Senadora escreveu um livro, há quatro anos atrás, sobre um assunto em tudo semelhante, em que afirma que "quebrar as regras definidas antes de um processo eleitoral" é qualquer coisa inaceitável porque conduziria ao caos...

7

Para a candidata a candidata, ex futura coroada, vale tudo. Até dar a vitória ao Partido Republicano. Porque, se tal acontecer, ela vingar-se-á daqui a quatro anos. Inexoravelmente, a coroa estará à sua espera. E o sorriso escancar-se-á perante o mundo, rendido, a seus pés.

                                         

Fernando

                           

Eleições nos EUA: Kentucky e Oregon

    Já foram contados 100% dos votos de Kentucky e perto de 70% dos de Oregon. É 1h e meia do dia 21. Aí são 6 e meia da manhã e muita gente já se levantou para ir trabalhar. Confirmam-se as previsões: vitórias confortáveis para Clinton (em Kentucky) e Obama (em Oregon).

Confirma-se o que já vos tinha dito anteriormente: Obama, neste momento, já tem a maioria absoluta de delegados eleitos.
Prevejo que nos próximos dias (ou nas próximas horas?) um número elevado de superdelegados ainda uncommited declarem o seu apoio a Obama. Se esse número for significativo, poderá acontecer que, ainda antes do fim do mês, Obama consiga a maioria absoluta do total de delegados (eleitos e superdelegados).
No dia 31 deste mês haverá uma reunião decisiva da Direcção do Partido Democrático para deliberar o que fazer com os delegados de Michigan e Florida.
No dia 1 de Junho haverá Primárias em Puerto Rico. Prevê-se uma vitória de Clinton. Como nota informo que, nas eleições presidenciais de 4 de Novembro, só haverá processos eleitorais nos Estados (50 + a capital, District of Columbia, Washington DC). Isso significa que, em Novembro, não haverá eleições em: American Samoa, Democrats Abroad (obviamente), Guam, Puerto Rico e Virgin Islands.
No dia 3 de Junho haverá Primárias em Montana e South Dakota. Prevêem-se duas vitórias de Obama.
Em princípio, no dia 4 de Junho, tudo estaria acabado em matéria de Primárias, haveria um candidato nomeado e apoiado por todo o Partido Democrático e deveriam começar a sério a campanha para as eleições de Novembro...
Mas...
    Pode acontecer que, se a solução encontrada para Michigan e Florida não agradar aos Clinton, esta continui a contestar os resultados e a exigir: a) que os votos já registados anteriormente contem; b) ou que se realizem novos actos eleitorais nestes Estados.
Pode acontecer que os Clinton leve esta "batalha" até à Convenção.
Tudo isto poderá fazer parte da sua estratégia de conseguir que McCain ganhe em Novembro, para, daqui a 4 anos, aparecer novamente na corrida para a nomeação e, entretanto, ter "arrumado" politicamente com o Obama (o derrotado).
Também pode significar que eles continuam a esperar (e a desejar?!) que "qualquer coisa aconteça" à candidatura de Obama (por exemplo, ele sofrer um qualquer acidente ou outra coisa que, agora, não me permito a escrever, mas que já sugeri em anteriores e-mails). A candidatura repete este argumento... um "pode ser que aconteça alguma coisa entretanto..." (!!!???)
"A família Clinton não desiste" é uma frase que temos ouvido aos próprios, a apoiantes, a jornalistas (republicanos e próximos).
Hoje, no discurso pronunciado em Kentucky, a Clinton afirmou que o Partido estaria unido em torno do nomeado, "independentemente de quem ela fosse". Isto significa que ela deseja um Partido unido, desde que seja ela a candidata. Isto significará, também, que ela não se importará de "partir a loiça no próprio Partido Democrático" para conseguir concretizar a ambição da sua vida, o seu objectivo final: ser eleita Presidente dos EUA, se não agora, em 2012.
Hoje na CNN, no meio de uma discussão em torno da possibilidade de ela poder vir a ser candidata a Vice-Presidente (!?), uma comentadora dizia "Os Clinton gostam, fundamentalmente, de uma coisa: o Poder!"
Para que ela "conquiste o Poder" em 2012 é necessário que Obama perca as próximas eleições de Novembro. Porque se ele ganhar, o sonho poderá ficar irremediavelmente enterrado. 2016 é muito longe e muita coisa irá acontecer...
O factor raça (ou racismo) continua a prevalecer na sociedade americana, principalmente nos Estados com população mais idosa, menos letrada e mais religiosa. São os casos de Pennsylvania, Indiana ou Kentucky. Este factor tem sido salientado, ultimamente, pela própria Clinton e por alguns dos seus seguidores, para justificar, segundo eles, a maior "elegibilidade" desta candidatura. "Tenho tido o voto dos trabalhadores brancos..." dizia ela, depois da Pennsylvania. É um argumento que tem sido utilizado para influenciar os superdelegados mas que, a prazo, prejudicará o Partido Democrático e o seu candidato, na medida em que será utilizado pela candidatura McCain.
    Tem sido curioso verificar que os ataques que a candidatura McCain tem dirigido a Obama, são, essencialmente, os mesmos que a Clinton utilizou, com a vantagem de poder sempre argumentar que "foi a sua companheira de Partido que o disse"...
A hipocrisia e o cinismo continuam. Não percam os próximos episódios!...
                                
Fernando
               

O Peso das Palavras

    Numa campanha eleitoral nos EUA, todas as palavras dos candidatos são gravadas e analisadas, todos as vidas são espiolhadas (há quem contrate detectives privados e empresas especializadas), todos os movimentos de quem lhes está perto (maridos ou mulheres, amigos, responsáveis das candidaturas, etc.) são cuidadosamente investigados, todas as contas bancárias são investigadas.
Muitas vezes, os resultados obtidos (os que convêm) têm mais cobertura jornalística do que qualquer assunto de verdadeiro interesse. É o caso do reverendo Wright, ou de uma ou outra frase ou expressão utilizada, ou das várias "notícias" que diária e repetidamente vão tentando lavar cérebros, pelo menos os piores preparados, os menos informados ou precavidos, os que preferem isto a ter que pensar.
    Isto vem a propósito de uma palavra (sweety) usada por Obama, em resposta a uma jornalista, que, já sei, já chegou às tvs portuguesas! Muitos outros assuntos de grande importância não chegaram nem chegarão. Mas este sweety vai dar volta ao mundo. É a informação a que, dizem,  temos direito...
Parece um assunto sem interesse mas, na minha opinião não é.  E merece alguma reflexão.
      
O PESO DAS PALAVRAS!

                
As palavras têm pesos diferentes. Maçã não tem o peso de ódio. Amor é demasiado pesada para ser utilizada levianamente.
Por outro lado,  a mesma palavra pode ter pesos diferentes, consoante a forma e o contexto em que é usada, ou o ambiente cultural ou social em que é produzida.
Dizer "Odeio-te, meu amor", numa troca de segredos apaixonados,  é completamente diferente de dizer, mecanicamente, "Amo-te". O peso da primeira é incomensuravelmente maior e mais profundo.
Aqui vai uma pequena, incompleta e, porventura, não totalmente correcta, explicação acerca de certos termos que, nos EUA, são utilizados e que, alguns deles, me têm incomodado bastante, pelo que acho neles de ofensivo ou vulgar (com base na minha cultura europeia e de base judaico-cristã), quando, por aqui, não têm o sentido que, por vezes, lhes dou.
    A palavra sweety utilizada por Obama em resposta a uma jornalista, não deixa de parecer machista e inapropriada. No entanto, é uma expressão que é vulgarmente utilizada, por estas bandas,  em ambientes descontraídos ou familiares. Num restaurante, uma empregada pode chamar-me sweety, um pai ou uma mãe pode chamar sweety a um filho, um médico ou uma médica pode chamar sweety a um doente, etc.
Há quem use a palavra honney. Há quem use sweet heart.
Mas nem em todo o lado estas expressões têm o mesmo significado e o mesmo peso. Depende dos Estados em que cada um cresceu, das culturas que o envolvem, das religiões que praticam, das idades, da forma como são ditos e da forma como são ouvidos.
Obama já pediu desculpa e já explicou. Está tão habituado a usar a expressão em casa, com a mulher e as filhas, e, certamente, nas suas relações de amizade, que o fez de forma irreflectida e automática.
A importância de tudo isto, numa campanha eleitoral, é a de outros poderem utilizar o que dizemos para, malevolamente, "nos fazerem a cama"...
A palavra "folks" arranhava-me os ouvidos quando, sentado à mesa de um restaurante, aparecia um empregado e dizia "Hi folks, what do you want to drink?" Soava-me a qualquer coisa mais ou menos grosseiro ou leviano, do estilo "Então, pessoal, o que é que vai de bebidas?" Até que fui percebendo que há um certo carinho na pergunta. Os "my folks" são, aqui, "os meus pais", ou, talvez melhor, "os meus velhos". "Hey folks, how are you going?" já não tem o mesmo peso para mim. "Where are you folks from?" soa-me a pergunta à qual se responde com prazer, falando de Portugal, da Europa, das coisas boas e más de que sabemos...
Recebo um e-mail da mulher americana de um amigo americano. No fim ela escreve "Love," seguido do nome. Não estou a imaginar a mulher portuguesa de um amigo português a terminar um e-mail para mim, escrevendo "Amor," seguido do seu nome... A expressão "I love you" não tem o significado e o peso de "Amo-te". Pode ser utilizada num grupo de amigos, relativamente a alguém que se admira, de quem se gosta. E pode ser utilizada, num contexto de relação interpessoal profunda, como uma verdadeira declaração de amor apaixonado. Pesos completamente diferentes.
O mesmo se passa com "dear" e "darling". "My dear" pode ser meu ou minha querido/a mas, normalmente, é usado com o sentido de meu ou minha caro/a. Se alguém quiser, de facto, chamar meu/minha querido/a, deverá usar a expressão "my darling". Mas, mesmo aqui, cuidado com o peso das palavras.
Perguntarão.
Este Fernando está a ficar passado.
O que tem isto a ver com as eleições nos EUA, ou com a política?
    Bush, na cerimónia oficial comemorativa do 60º aniversário de Israel, na qualidade de Presidente dos EUA, perante o Parlamento Israelita, disse, referindo-se claramente, a Obama, que este estava disposto a negociar com terroristas (neste caso, o Hamas). Chamou-lhe appeaser (apaziguador, conciliador), comparando-o com Chamberlain, Neville Chamberlain, primeiro-ministro inglês entre os anos de 1937 a 1940. E concluiu tudo isto com insinuações mais ou menos claras, comparando o candidato democrata com os nazis...
Appeaser tem, obviamente, vários possíveis pesos. Desde o que quer encontrar uma solução conciliadora. Até ao que está disposto a trair, como foi o caso de Chamberlain, quando, em 1938, apoiou Hitler a invadir a Checoslováquia e, mais tarde, a utilizar portos da Irlanda. Importa recordar que Chamberlain foi forçado a resignar do cargo, a favor de Winston Churchil, em 1940, depois da Alemanha ter invadido a Holanda, a Bélgica e a França.
Bush quis utilizar uma palavra muito pesada. Chamar appeaser a Obama, nas condições em que o fez, foi chamar-lhe traidor. Ainda por cima, na qualidade de Presidente de um Estado, numa cerimónia realizada noutro Estado, acontecimento único na história americana das últimas décadas.
Agora assistimos a um coro de apoiantes seus, jornalistas, padres, locutores de rádio ou televisão, tal papagaios a gritar Appeaser! Appeaser! Appeaser!...
    Lamentavelmente, McCain faz parte do coro.
A reflexão importante não é nova. Lembram-se certamente do poema de Brecht em que ele dizia que, primeiro, levaram o vizinho que era comunista, mas, como ele não o era, não se revoltou. Depois levaram o vizinho que era judeu, mas como judeu não era, não de incomodou. Depois levaram o vizinho que era operário, mas como nunca tinha sido operário, não questionou. E, agora, levavam-no a ele e ninguém o apoiava...
É antiga. No tempo de McCarthy (anos 40 e 50) eram os "comunistas", palavra pesadíssima.
Hoje são os "terroristas" que se usa a propósito e despropósito.
A expressão National Defense foi substituída, no mandato de Bush, por Homeland Security. O peso é diferente. As pessoas ouvem e compreendem que não se está a falar apenas da nação, mas do seu próprio espaço, da sua casa, da sua segurança pessoal e familiar.
A palavra Patriot é utilizada no sentido mais nacionalista e chauvinista. Repetida à exaustão. Tudo com um pin na lapela em que esteja, bem visível, a bandeira da pátria. E quem o não usar é porque não é "patriota", não no sentido nobre da palavra, mas com o peso terrível da mancha da traição.
E tudo isto leva a condicionar a opinião pública, os media (mesmo os que são honestos), qualquer pessoa que, em qualquer fórum, queira discutir a sério as coisas sérias.
Abres a boca? Estás feito com os terroristas!
Defendes uma política externa diferente que respeite os outros e aumente o prestígio mundial do teu país  (que, aliás, está de rastos)? És APPEASER!
Criticas uma guerra feita em nome da liberdade, mas encharcada de petróleo? És traidor!
Queres que os soldados regressem? Estás a pôr em causa a Homeland Security!
Não se analisam os problemas.
Não se procuram soluções.
Levanta-se a voz em falsetes provocadores.
Apontam-se dedos acusadores.
Por enquanto, ainda não se apontam armas...
                
Fernando

                  

O desmanche de Hillary

Texto de Flávia Tavares

    Ser mulher de ex-presidente poderia ajudá-la. Atrapalhou. O ar falso também contribuiu para o declínio.                   

Hillary Rodham Clinton tentou. Chorou na TV. Bateu pesado no adversário, Barack Obama, ao levantar suspeitas sobre o "radicalismo" do colega e competidor no partido. Assoprou, dizendo que ficaria a seu lado se Obama fosse o escolhido. Tirou milhões de dólares da bolsa para financiar a própria campanha. Exibiu o marido em certos comícios e o escondeu em outros. Argumentou que já era hora de os Estados Unidos terem uma mulher na presidência. E, apesar de ficar atrás na contagem dos delegados necessários para fazê-la candidata do Partido Democrata à Casa Branca, a senadora ainda assim não dá sinais de que pretende parar de tentar. Em seu discurso após a vitória apertada nas primárias de Indiana, na última terça [6 de Maio], declarou: "Temos uma estrada longa pela frente, mas vamos continuar a lutar nesse caminho pela América." Hillary insiste.                      

Por quê, se seus correligionários já estão clamando para que ela desista? Para Anne Applebaum, colunista do Washington Post e ganhadora do Pulitzer de 2004 pelo livro Gulag: Uma História dos Campos de Prisioneiros Soviéticos, trata-se de um caso de ambição desmedida. "Talvez ela queira competir com o marido ou talvez seja feminismo", alfineta. "Mas a insistência pode prejudicar os democratas. Se quiser manter algum prestígio político, ela deve sair da disputa."
Mas não se deduza que a potencial derrota de Hillary deve-se ao fato de ser mulher, argumenta Anne. Em entrevista ao Aliás, a colunista americana quase deixa escapar uma gotícula de veneno no canto do lábio ao explicar que o problema não é ser mulher, mas "que" mulher. Crava que Hillary perderá exatamente por ser esposa de ex-presidente e carregar um discurso antigo por trás de um sorriso falso, o que resultaria numa combinação fatal. A desconfiança de que ela não teria chegado aonde chegou não fosse pela aliança com Bill Clinton sempre desagradou as feministas. As idéias associadas à geração pós-1960 da política americana a afasta dos jovens. "Quem acredita ser hora de ter uma mulher na Casa Branca acha que não é esse o tipo de mulher ideal", decreta Anne, para quem Obama é, de longe, o melhor candidato. "Isso não quer dizer que outras candidatas não possam chegar lá. Talvez ainda precisemos de mais uma geração."
               
Há chances de Hillary Clinton se recuperar na corrida pela indicação do Partido Democrata depois das recentes derrotas nas primárias?
Ela está muito atrás de Barack Obama no número de delegados. Não há mais como Hillary vencer a não ser que algo extraordinário aconteça com a campanha dele. Muitos querem sua desistência, porque ela está tirando a atenção do que deveria ser o principal foco no momento: o confronto entre Obama e John McCain.

(sublinhados meus)

                   

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