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O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

O CASTENDO

TERRAS DE PENALVA ONDE «A LIBERDADE É A COMPREENSÃO DA NECESSIDADE»

Limitações e Consequências para a Produção Nacional da Integração Europeia e do Euro

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A natureza de classe da União Europeia é cada vez mais evidente. Sendo um processo histórico de resposta do capitalismo europeu às crises cíclicas que atravessa e um elemento da concertação/rivalidade do capital ao nível europeu, estamos perante um instrumento de classe efectivo na ofensiva contra o trabalho, que cria constrangimentos à luta dos trabalhadores e dos povos. Um instrumento criado e desenvolvido pelo grande capital que, por isso mesmo, não reformável.

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A crise sistémica e suas repercussões em Portugal (Pedro Carvalho)

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A «austeridade» é a forma como o sistema capitalista responde às crises cíclicas decorrentes do processo de acumulação de capital, de forma a retomar o processo de valorização do capital, por via da restauração das condições de rentabilidade - as taxas de lucro.

Dito por outras palavras, os ditos «programas de austeridade», independentemente da forma em que se apresentam, tem como principal propósito a redução dos custos unitários do trabalho, garantir uma maior apropriação da riqueza produzida pelo trabalho pelo capital, ou seja, garantir a transferência dos ganhos de produtividade do trabalho para o capital na tentativa de aumentar a taxa de exploração.

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Vivemos o maior roubo organizado da história da humanidade

     Há mais de 2 anos escrevia: «Dez biliões de euros (10.000.000.000.000) em 20 meses. Mais de 50 vezes o PIB de um país como Portugal. Ou 30 apartamentos com 150 metros quadrados de área cheios de notas de 500 euros até ao tecto. Tal é a verba injectada pelos bancos centrais e pelos governos, só no sistema financeiro, desde Agosto de 2007. Há um ano este número, a todos os títulos obsceno, era dez vezes menor. E não se vislumbra quando parará de crescer.» E ainda não parou…

Os governos acorreram a salvar o capital financeiro na primeira explosão da actual crise. A banca, as sociedades financeiras, as companhias de seguro, os fundos, receberam dos cofres dos Estados milhões de milhões de Euros. De mão beijada, à borla. As dívidas privadas foram assim transformadas em dívidas públicas.

Em consequência os Estados endividaram-se. Mas o saque não parou.

Na zona euro, onde o roubo organizado assume requintes de cinismo, os governos não podem contrair empréstimos junto do Banco Central Europeu (BCE). Como resolver a questão? Fácil!

O BCE empresta aos bancos privados a uma taxa de juro de 1%. Ou seja, por cada 1 milhão que pedem emprestado pagam 10 mil euros de juros. De seguida «emprestam» aos Estados a taxas de juro de 7, 8, 9, 10% e mais. Isto é, por cada 1 milhão que «emprestam» recebem em troca 70, 80, 90, 100 mil euros ou mais. Traduzido: um lucro entre 600 e 900 por cento!!! Ou mais…

Quem não gostaria de ter um negócio assim? Mas a coisa não fica por aqui. De seguida, pegam nos títulos da dívida, os tais que segundo eles são um grande risco e daí as elevadas taxas de juro que cobram, e vão apresentá-los como garantia junto do BCE para novos empréstimos. É a agiotagem no seu melhor.

E o roubo prossegue através da manutenção dos enormes privilégios fiscais de que continuam a gozar os grupos económicos. Segundo o Relatório do Orçamento do Estado, o governo de Portugal prevê PERDER, só em 2011, 1.370 milhões de euros (!!!) de receita fiscal resultante de benefícios fiscais concedidos a empresas (no período 2005/2011, são 12.263 milhões de euros). Acresce que uma grande parte (como os resultantes das isenções de mais-valias e de lucros distribuídos que não são tributados), não é contabilizada.

Como tentam pagar todo este saque? Transferindo para os trabalhadores e os povos os custos do roubo.

É disto que trata o Pacto entre as Troikas. Dele falaremos em próximo artigo.

Especialista em Sistemas de Comunicação e Informação

In "Jornal do Centro" - Edição de 24 de Junho de 2011

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A crise do sistema capitalista - entre a depressão e a guerra

     Tendo o actual episódio de crise manifestações próprias decorrentes do grau de desenvolvimento das forças produtivas, do crescimento exponencial do capital fictício, da luta de classes e das marcas da conjuntura, o que é de sublinhar é que faz parte de uma crise em contínuo. Não só dos episódios de crise recorrentes do sistema desde o final dos anos 60, que marcam um longo ciclo de estagnação de crescimento do produto e de desaceleração do ritmo de acumulação de capital, como da própria Grande Depressão, que marca a «entrada» em crise do sistema capitalista na sua fase imperialista. Uma crise de rentabilidade reflexo da baixa secular das taxas de lucro, mantida em suspenso artificialmente pelas baixas taxas de juro que marcaram os anos 90 e sobretudo os primeiros anos do século XXI.

      

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