Em Portugal registam-se profundos atrasos na implementação da inovação tecnológica.
O investimento em Investigação e Desenvolvimento em 2017 rondou apenas um terço da média da Zona Euro, mais de 30% foi realizado por empresas multinacionais, e a desresponsabilização do Estado neste investimento é praticamente total.
Portugal
apresenta um dos mais baixos níveis de emprego no sector da tecnologia e do conhecimento intensivo;
a proporção do valor acrescentado bruto das indústrias de alta e média-alta tecnologia no valor acrescentado bruto total do país é praticamente desprezível;
o número de empresas de baixa tecnologia no sector da indústria é ainda maioritário, e as exportações de bens de alta tecnologia são inferiores a 5%.
Simultaneamente, a dotação orçamental pública em Investigação e Desenvolvimento em percentagem do PIB é das mais baixas da Europa, e tão baixa quanto era em 1995, e apesar do contributo inestimável que os trabalhadores científicos têm dado para os passos que o país ainda tem dado no avanço tecnológico e na produção científica (nomeadamente com a duplicação do número de publicações cientificas em 10 anos, quando o número de investigadores se manteve sensivelmente igual), estes têm sido sujeitos à total precarização.
«Um dos objetivos mais repetidos pelo governo é aumentar a competitividade das empresas e, por arrastamento, da economia, através da alteração do seu perfil produtivo, ou seja, substituindo produtos de baixa e média-baixa intensidade tecnológica por produtos de média-alta e de alta intensidade tecnológica. E os fundos comunitários, nomeadamente o COMPETE, seriam utilizados com esse fim.
Mas o que se tem verificado é precisamente o contrário. Como mostra o gráfico 1, constante do Relatório de execução de 2014 do programa operacional COMPETE, o programa mais importante financiado com fundos comunitários de apoio às empresas portuguesas do período 2007-2013, o que se tem registado é que as exportações que têm mais crescido são de produtos de baixa ou média -baixa intensidade tecnológica.»
“Ensinar a olhar os problemas que a humanidade enfrenta através dos olhos da ciência poderá certamente trazer um importante contributo para a democracia, para a qualidade de vida dos cidadãos, para o bem-estar de toda a sociedade” (Granado e Malheiros, jornalistas).
OS 5 SENTIDOS Sentir a vida, transformar o mundo!
A exposição de ciência da Festa do Avante! tem abordado temas tão relevantes como a astronomia, a física, a robótica, os materiais e as sua propriedades, a água, a energia, a fome, os recursos geológicos e até os transportes terrestres.
A escolha dos temas, embora muitos outros ainda estejam por abordar, vai ao encontro da urgência de assumirmos estas questões reais, prioritárias e cada vez mais graves para as actuais e futuras gerações, numa perspectiva científica, tecnológica mas também política.
Num processo dialéctico de permanente questionamento, este ano propomo-nos apresentar uma exposição que tem por base os 5 sentidos.
“Como comunicar sem um ou mais sentidos? Será a nossa visão igual à dos outros animais? Podemos saber a idade de uma estrela apenas olhando para ela? Qual a relação entre o nosso equilíbrio e a nossa audição? Porque sentimos frio e calor?”
Estas são algumas das questões que serão abordadas este ano no espaço Ciênci@vante!, propondo aos visitantes uma incursão pelos cinco sentidos humanos e embarcando numa viagem pela transformação do nosso mundo. As nossas acções e interpretações sobre o meio que nos rodeia estão amplamente ligadas à nossa capacidade de percepcionar a informação que nos chega a cada momento. Cada sentido é uma ponte entre o homem e a sociedade, e cabe a cada um de nós, como membros dessa sociedade, entender, construir e sustentar estas pontes.
Este é o fio condutor de uma exposição que pretende explicar cientificamente como funcionam os nossos sentidos, o que acontece na ausência ou deficiência desses sentidos, porque é que são tão importantes no nosso dia-a-dia, quais as repercussões na forma de comunicar e quais as principais diferenças com os sentidos de outros animais, como é que os avanços tecnológicos podem contribuir para a replicação dos sentidos e os benefícios da sua aplicação na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, entre muitas outras curiosidades.
Os 5 sentidos são ponto de partida para outras abordagens indissociáveis dos actuais problemas no sector da saúde, da empregabilidade e segurança no trabalho, das acessibilidades e transportes, da educação, da comunicação, da economia entre outros, pelo que também estas áreas serão abordadas ao longo da exposição.
O espaço Ciênci@vante! vai contar, como tem sido habitual, com módulos de Astronomia e Física, com a colaboração, respectivamente, do Astrónomo Máximo Ferreira e do Núcleo de Física do Instituto Superior Técnico. Nesta área interactiva estarão disponíveis de uma forma lúdica, rigorosa e ao mesmo tempo apelativa, experiências e observações que irão pôr em prática alguns dos assuntos levantados pela exposição.
Os debates, as palestras, a arte da escultura, a literatura e o espaço criança irão dar um especial contributo para reavivar todos os sentidos, e ajudar a consolidar algumas das pontes que poderão transformar o nosso mundo.
Mais uma razão para nos encontrarmos na Festa do Avante!
O PCP apresentou na AR um projecto-lei para a adopção de normas abertas nos sistemas informáticos do Estado. Para o PCP, serviços públicos – e documentos públicos – não podem recorrer a formatos privados (proprietários), que dependam das grandes corporações da informática. Este projecto-lei consagra a salvaguarda da liberdade tecnológica dos cidadãos e organizações, a independência do Estado perante as multinacionais e a compatibilidade entre os sistemas.
Numa linguagem rigorosa e de fino recorte literário, Alfredo Guevara debruça-se sobre a instrução, a cultura e o papel dos intelectuais na Revolução Cubana, ontem, hoje e amanhã.
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Inicia-se o nosso Congresso [N.do T.: da União de Escritores e Artistas Cubanos - UNEAC] com um tema que considero de transcendência fundamental a que preferirei chamar fundacional. Fundacional, porque convém sublinhar que há milénios que cultura e sociedade são, em rigor, duas abordagens sobre o mesmo tema de reflexão. A sociedade que se conhece desde que a pessoa é pessoa não é outra senão a que pressupõe associação e valores comuns assentes na memória da experiência, memória que é história; e história é a acumulação discernida dessa experiência; experiência progressivamente depuradora do saber, do ir sabendo. Essa é a cultura, desenho subjacente, omnipresente e determinante da sociedade, do seu rosto dos seus recursos, visíveis, invisíveis, sofisticados ou primários, isto é, das suas potencialidades.