Todos os dias milhões de portugueses vêem os telejornais e outros serviços noticiosos da TV e da rádio, lêem jornais ou vão «saber novidades» à Internet.
Os media – falamos principalmente da televisão – são a única forma de conhecerem (e, para muitos, também aprenderem) o que, fora do seu circulo próximo, se passa no país e no mundo.
E, no entanto, que real conhecimento tem a generalidade dos portugueses desse mundo que está por detrás e «fabrica» e «produz» as imagens, os sons e as palavras que nos informam e nos ensinam, decisivamente influenciando as formas de conhecer e de pensar a realidade, mas também de tomar decisões e agir?
(...)
Torna-se cada vez mais necessário:
- Desenvolver a compreensão dos mecanismos de produção da informação, na linha daquilo que no plano pedagógico se chama «educação para os media», e que no pós-25 de Abril foi objecto no ensino oficial de interessantes experiências, que urge recuperar, alargar e aprofundar (Luís Lobo referiu-se já oportunamente ao tema nesta coluna).
- Criar associações de telespectadores, ouvintes e leitores, movimentos de opinião, observatórios e clubes de discussão dos media, a nível local, regional, nacional.
- Incluir a temática dos media nas iniciativas dos movimentos associativo, popular e sindical, não só no plano da denúncia e do protesto, quando for caso disso, mas também na perspectiva do esclarecimento, recorrendo aos contributos de quem possa ajudar a «desvendar», por exemplo, como se constrói um telejornal, um noticiário, uma primeira página, ou a desmontar o modo como determinado acontecimento surge na comunicação social de forma que condiz com a realidade ou, pelo contrário, desfigurado, amputado do que verdadeiramente significativo aconteceu.
- Dedicar a cada vez mais necessária atenção à Internet, focando os pontos potencialmente negativos mas sem esquecer as potencialidades enquanto forma de conhecimento, intervenção, participação, informação e mobilização.
- Valorizar, debater e defender o lugar do Serviço Público: RTP - Rádio e Televisão de Portugal e Agência Lusa.
- Conhecer a diversidade e contextos de trabalho dos profissionais da comunicação social, sem esquecer as questões básicas relativas à propriedade dos media e à sua estreita relação com o funcionamento do sistema capitalista.
«Ponha-se à disposição do sujeito um jornal dito de referência (ou um canal televisivo, ou radiofónico), e temos mais uma peça (porque já houve outras)… do «jornalismo-uberismo».
Embora, perante as enormidades ditas e escritas sobre o assunto, não se esteja longe de um «jornalismo-fascismo»…»
«No Jornalismo, alguns géneros gozam de uma certa liberdade e o pendor subjectivo, para não dizer o deslize para a parcialidade, parece ser bem tolerado pelos leitores.
Mas talvez seja útil reflectir sobre se estes «elevadores» não deveriam baixar um pouco o tom sentencioso e subir um pouco mais no rigor das apreciações.»
A comunicação social é produto e reflexo da sociedade, mas é também um seu poderoso instrumento e forte alicerce.
A Nova Televisão do Sul (Telesur, em castelhano) iniciou as suas transmissões no dia de aniversário de nascimento de Simón Bolívar sob o lema «Nuestro Norte es el Sur» (Nosso Norte é o Sul).
Criada por iniciativa do presidente Hugo Chávez, da Venezuela, em parceria com os governos de Cuba, Argentina e Uruguai, a estação nasce para dar resposta a «uma evidente necessidade latino-ameircana: contar com um canal que permita a todos os habitantes desta vasta região difundir seus próprios valores, divulgar sua própria imagem, debater suas próprias ideias e transmitir seus próprios conteúdos, livre e equitativamente».
O pedido da destruição da prova visual é suspeito, para dizer o mínimo. A única razão óbvia para o pedido é a supressão de provas (suppression of evidence).
(...)
Todas as vezes que vir retenção de provas, a sua destruição e pedidos de destruição de provas como a polícia anti-terrorista francesa está a exigir das autoridades civis de Nice, a conclusão mais segura é que a prova é condenatória para a narrativa oficial.
(...)
Em defesa da RT, responsáveis estado-unidenses acusaram-na de ser uma "organização terrorista" e ameaçaram-na de suspender a sua difusão a menos que o serviço de media fosse mais cauteloso.
Haja uma alma caridosa que me explique por que carga de água é que a polícia anti-terrorista francesa faz este pedido e com que fundamento a Administração Obama coloca uma estação de televisão na lista das «organizações terroristas»?
«Isto é Matemática» é um programa promovido pela Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), exibido na SIC desde Outubro de 2012, com o apoio do COMPETE, da Agência Ciência Viva, do QREN e do FEDER. Além destes financiamentos, tem tido outro tipo de patrocínios, sendo constante, desde o início, o da «Lacoste». O apresentador tem aparecido, de uma forma ostensiva, com roupa e, segundo creio, outros «adereços» desta marca.
(...)
Tudo isto me faz lembrar algumas cenas do bem conhecido filme «O Padrinho, II». Passam-se no Nevada e envolvem um senador corrupto e a família Corleone. Na primeira cena, no meio de uma festa, o senador anuncia ostensivamente que tem na sua posse um cheque, dado pelos Corleone, para a universidade local. Na cena seguinte, em ambiente privado, o senador exige uma exorbitância para as licenças de jogo nos casinos de que os Corleone pretendem apoderar-se. O chefe da família nega e diz que nada pagará. Finalmente, uns tempos depois, o senador é apanhado pela teia mafiosa ao acordar num dos hotéis dos Corleone ao lado de uma prostituta morta… Conto isto para formular a seguinte pergunta: o leitor gostaria de estudar, trabalhar ou, de alguma forma, fazer parte de uma instituição científica que recebesse financiamentos da máfia?
Muitas pessoas, inclusivamente nos meios científicos, dirão, encolhendo os ombros, que tudo isto é «normal», no sentido em que é prática generalizada nestes «novos» tempos, e que não há nada a fazer. Poderá ser «normal», mas é imoral e se não pusermos um travão definitivo a estas práticas, se abdicarmos do direito de dizer «não», as novas gerações nunca perdoarão a nossa inacção.
Na págª 22 da edição da passada quinta-feira, dia 10 de Julho, do jornal «Correio da Manhã», deu à estampa esta notícia (?), informação (?), comentário (?), creio que da responsabilidade de Miguel Alexandre Ganhão, sub-chefe de redação do referido diário.
Lê-se e não se acredita! Esperei, esperei, esperei. Pesquisei, pesquisei, pesquisei. Nada. Nicles. Nepias. Zero. Nem uma palavra sobre o assunto.
Então o senhor Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa de seu nome, comporta-se (de acordo com o texto acima) como um autêntico O Padrinho e a comunicação social dominante cala-se?
Ou os referidos «dossiês comprometedores» existem, ou são fruto da imaginação do jornalista (o que não é crível). Se existem, e continham matéria susceptível de «dar origem a uma série de investigações», qual a razão para o comportamento de chantagista (não encontro melhor termo) de Carlos Costa? Porque não avançaram as investigações a Ricardo Salgado? Porque...
Como cidadão exijo saber toda a verdade...
E, em sensacional exclusivo de «O CASTENDO», veja como tudo isto termina:
Graças a uma série televisiva, «Os Tudor», já tinha aprendido que uma princesa desta dinastia inglesa se tinha casado com o nosso rei D. Manuel I, que andava sempre descalço e que tinha morrido assassinado pela dita cuja.
Esta quarta-feira à noite levei com uma lição de geografia que me deixou à beira das lágrimas de tanto rir.
Em «Apanha-me se puderes», da FOX, Cabo Verde é apresentado como um arquipélago africano com uma ilha chamada Santa Maria (???), onde um mafioso americano tem todas as autoridades subornadas e por isso serve de refúgio a criminosos de todo o mundo (sem tratado de extradição).
Mas mais. A população é toda branca, assim a atirar para o morenaço, com traços ameríndios e falam castelhano. Negros nem vê-los...
Além disso a autoridade máxima é um sheriff (sic).
-
Só visto. Contado ninguém acredita. Valeu pelo desopilanço...
«Comecemos por recordar o que aconteceu com o grupo CIMPOR, pois a memória é por vezes curta, embora a experiencia passada seja importante para prever o futuro. A CIMPOR era um dos principais grupos portugueses. Cerca de 20% da sua capacidade produtiva estava instalada em Portugal, controlando cerca de 55% do mercado interno, e 80% no estrangeiro. Com o apoio do governo de Passos Coelho, e do seu assessor para as privatizações (Antonio Borges), e contando com passividade colaborativa da CGD que logo se prontificou em vender a preço de saldo a participação que tinha na CIMPOR, e dos restantes acionistas portugueses ( o que provou mais uma vez que o capital não tem prática), o grupo brasileiro Camargo Correia, que já era acionista (detinha 32,9% do capital), lançou uma OPA sobre a CIMPOR, apoderando-se assim dela. E apesar das promessas anteriores de que ia manter a sede em Portugal, de não fazer despedimentos, de continuar a investir, o certo é que logo que se apoderou da CIMPOR procedeu ao seu desmantelamento, trocando ativos com o outro grupo brasileiro (Votorantim) e iniciando despedimentos em Portugal, sendo destruída assim a CIMPOR como existia no passado e como os portugueses a conheciam.»