Por outro lado, face à questão por mim colocada sobre as empresas interessadas em investir no concelho, fiquei a saber que o que AQUI e AQUI foi na altura dito afinal não era bem assim...
O vereador Luís Gonçalves, corroborado pelo Presidente da Câmara, informou que não tinham sido «centenas», mas apenas «dezenas» as cartas de empresas interessadas em fixar-se em Penalva do Castelo - prestação de serviços, sucateiros, transportes (queriam espaço para garagem de viaturas) e uma fábrica de transformação de plásticos. Todas tiveram parecer negativo da autarquia.
Na Assembleia Municipal de 19 de Dezembro referi na minha intervenção, a propósito do Orçamento, que do lado das receitas, não era crível que os terrenos da câmara fossem vendidos pelo valor apresentado: 4.367.700€. Pelo que o orçamento real não seria de 13.446.667 €, mas sim de 9.078.967€.
Do lado das despesas sublinhei que, números redondos, 2 milhões de euros para despesas com pessoal (não incluindo este número as despesas com a vereação!!!), 725 mil euros para subsídios diversos e 1,5 milhões de euros distribuídos por diferentes rúbricas de «vários» me pareciam manifestamente exagerados. Num orçamento real, repito, de 9 milhões de euros.
Saliente-se que apenas estas 3 rúbricas somam, números redondos, 4.225.000€, ou seja, quase 47% do total das despesas.
Quem nos explica: 725 mil euros de subsídios? 1,5 milhões de euros de «vários»? Não será abuso?
Adenda às 12h57m: Como diz o Pedro Pina Nóbrega, «surpresa das surpresas». AQUI estão o Orçamento e as GOP de 2008 no sítio da Internet da Câmara Municipal de Penalva do Castelo...
Quando no post anterior referi que a maioria PSD do actual executivo da Câmara Municipal de Penalva do Castelo «também, longe disso, não está isenta de culpas» não o fiz por acaso.
É que na mesma Assembleia Municipal, respondendo a críticas da oposição ao Orçamento e às GOP para 2008, o vice-presidente Carlos Ferreira Santos defendeu uma tese semelhante. Disse que às câmaras municipais no futuro próximo pouco mais restará do que serem IPSS (o termo é meu). Ou seja, instituições públicas de solidariedade social: escolas, saúde, actividades desportivas e culturais, uns quanto subsídios e pouco mais.
Creio que na A. M. todos ficámos esclarecidos sobre o pensamento dominante na vereação...
Já AQUI falei da última (19 de Dezembro) Assembleia Municipal do nosso concelho. Chegou a altura de as breves notas darem o lugar a uma análise mais pormenorizada.
Momentos altos foram as intervenções, duas, do vereador do CDS/PP Luís Gonçalves. A agitação e o constrangimento entre os seus pares da coligação que (des)governa Penalva foram mais do que evidentes. E o caso não era para menos. Afirmar, tonitruante, como o fez, que “eu represento aqui o CDS/PP e não tenho nada a ver com o PSD” só pode significar que a coligação já o era. Digo eu…
Proclamou o vereador que o concelho é “inviável” e “sem possibilidades de qualquer desenvolvimento através da indústria”, não acreditando que qualquer empresa “se instale no concelho”. Referiu, em suporte da sua «tese», ter recebido e lido “centenas” de cartas de empresas interessadas em fixar-se em Penalva do Castelo. Aparentemente não percebe que só por si esse facto faz cair por terra a suposta «inviabilidade» do concelho.
Qualquer director comercial de qualquer das empresas referidas explicaria sem problemas ao vereador e à maioria PSD do executivo camarário que também, longe disso, não está isenta de culpas, o que fazer nestas circunstâncias.
Contactar directamente as empresas interessadas. Convidá-las para visitar o concelho. Deslocar-se, se fosse caso disso, às empresas. Promover a competitividade de Penalva do Castelo junto dos interessados. Em suma, gerir correctamente a carteira de potenciais «clientes» do nosso concelho.
Isto é o B, A, BA da gestão. Mas isso é competência que falta a TODOS os vereadores da maioria. Acresce, e falo por experiência própria em todas as empresas onde trabalhei, que dá muita canseira e custa muitas horas de sono. É o chamado trabalho de «sapa», estilo formiguinha laboriosa da fábula. Só que o executivo camarário prefere o «estilo» cigarra…
O problema é que as oportunidades passam e podem não voltar. E quem paga as «favas» são os penalvenses.
Uma pergunta: qual a experiência de gestão da maioria do executivo da Câmara? Responda quem souber…