Voos de Guantánamo: Confirmação do crime e das cumplicidades
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Ana Gomes, que apoia a NATO (1) e a guerra no Afeganistão (2) (e, consequentemente, apoia todas as atrocidades que aí se cometem) mas que, por desfastio, é contra os voos da CIA, teve um ataque de ciúmes. Também não admira: teve conhecimento de uma missiva que uma amiga comum enviou usando ternas palavras sobre o seu Amado (Luís)!
E vai daí, toca de vir a público dizer, com despeito: «Mais depressa se apanha um acariciado do que um coxo»!
Neste blogue podemos gabar-nos de tanto acariciarmos Ana Gomes como Luís Amado!
Clique nos nomes para ver tudo o que se tem publicado neste blogue sobre Ana Gomes e Luís Amado.
(«Se me provar isso, demito-me no dia seguinte» - Luís Amado)
(2) Citações de Ana Gomes:
25 de Agosto de 2008:
15 de Abril de 2009:
[Manuel Alegre critica reforço. Mas aprova a presença? E sobre a NATO, o que diz Alegre?]
16 de Dezembro de 2009:
Excerto da (parte final da) «missiva» da Embaixada dos EUA relativa a Luís Amado que despertou os ciúmes de Ana Gomes:
«Right now, it would be to our advantage to stroke him [Luís Amado] a lot.» [Agora, seria vantajoso para nós acariciá-lo muito]
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Um homem, ainda hoje vivo, constitucional, tinha sido ferido. De miséria em miséria, conseguira recolher-se, esconder-se num povoado, em casa de umas pobres mulheres velhas. Boa gente, piedosa, assustada, consumida pelos terrores do tempo. O homem convalescia.
Começava a erguer-se, a vir à porta, ao sol, tiritar debilmente a sua fraqueza. Um dia as duas mulheres apareceram numa grande aflição. Tinha chegado ao povoado o Batalhão Sagrado. O homem fora denunciado.
O Batalhão Sagrado era composto de padres armados de clavinas e foices. Era a guerrilha idiota do assassínio. Longe das suas igrejas, desembaraçados dos votos, na liberdade da serra e dos caminhos, ávidos como animais soltos, de clavina ao ombro, iam estes sacerdotes levando através das povoações - uns a cólera bestial do seu fanatismo, outros a violência animal da sua sensualidade, todos uma lúgubre e temerosa opressão. Eram temidos mais que todos os flagelos. Matavam e prendiam. E a prisão era pior que a morte - porque era a tortura requintada e monstruosa. As duas mulheres tremiam ao pé do doente.
— Bem - disse ele - vossemecês em todo o caso não têm que temer. Se os padres vierem eu cá estou. Apresento-me, digo que estava aqui contra a vontade das senhoras. Atiram-me para um canto e acabou-se. Estou fraco, não me há-de custar muito morrer. Se dessem busca à casa e me achassem para aí escondido, davam cabo de mim da mesma maneira, e vossemecês padeciam. Assim é melhor. Eu cá estou.
As mulheres choravam, queriam escondê-lo; o homem recusou com a indiferença de um vencido. Daí a pouco o Batalhão Sagrado, com grande ruído de armas, aparecia ao pé da casa, de batina arregaçada, cruz na mão, foice ao ombro.
O homem saiu e disse tranquilamente:
— Aqui estou, sou eu. - Então dois padres, aproximaram-se: cada um o tomou por um lado do rosto, pelas barbas, rindo, e com um empuxão terrível arrancaram-lhas! O homem caiu no chão. Os padres amarraram-no com cordas em cima de um macho, e partiram com ele vitoriosamente, cantando o Bendito, para as prisões de Almeida. A jornada durou dias. Era no Verão. Os ásperos caminhos ardiam de sol. O homem levava o rosto em chaga, com um contínuo suor de sangue. A poeira, o sol, calcinavam-lhe as feridas. Levava as mãos amarradas, e as moscas picavam-lhe a carne viva. Quando chegavam às tabernas, os padres atiravam ao homem um pedaço de pão. De vez em quando, por desfastio, espancavam-no, picavam-no com as pontas das baionetas. A inflamação fazia-lhe nas feridas uma dor pungente, que o pobre homem, domando o orgulho, pedia que lhe mitigassem com água fresca. Os padres então, com grandes risadas... Não pode ninguém escrever o que faziam os padres do Batalhão Sagrado, para refrescar aquelas feridas! Ao chegar à cadeia, atiraram-no para cima de uma esteira.
Quando voltou a si, um homem estava debruçado sobre ele. Era um enfermeiro de acaso, um preso também, um compadecido daquela desgraça. Esse preso piedoso não era um vencido político. Era um assassino. - E foi ele que curou as chagas feitas pelos senhores padres do Batalhão Sagrado.
In [Uma Campanha Alegre (Volume II: Capítulo XXVI- Guerrilhas carlistas. Batalhões sagrados), por Eça de Queirós]
adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge
Este oficial (...) levava o preso desarmado, e 20 homens, com as espingardas carregadas. Teve ainda receios (...).
Exigiu que o algemassem. É necessário ter visto o sofrimento das algemas. Os braços inertes incham, adormecem, os pulsos arroxeiam, a respiração dificulta-se, um entorpecimento febril enerva, e os mais duros, os mais fortes, os mais concentrados, não marcham a pé duas léguas, com os pulsos encadeados, sem que a dor lhes faça correr as lágrimas em fio.
(...)
Tomar um militar, um vencido, um hóspede, um homem que se entrega aos respeitos da lei e às protecções da piedade, fatigado, desarmado, inútil - levá-lo, fazê-lo atravessar as imundícies e as fomes das (...) cadeias, maltratá-lo, arremessá-lo para a negrura de um aljube, não lhe dar sequer o caldo da enxovia, impor-lhe a fome, fazê-lo esperar longas horas às grades a chegada do pão, impeli-lo à humilhação de pedir, esfomeado, metê-lo numa escolta de 20 homens, algemar-lhe os pulsos, e impeli-lo para um destino escuro, como um boi que se encurrala - é bem digno deste País, que por isso que tem a inépcia, não podia deixar de ter a maldade.
(...)
Há tanto tempo nos separamos da inteligência - que devíamos por fim encontrar-nos com a vileza.
(...)
In [Uma Campanha Alegre (Volume II: Capítulo XXX: Singulares aventuras de um soldado espanhol internado em Portugal), por Eça de Queirós]
adaptado de um e-mail enviado pelo Jorge
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