A Alemanha não foi desmembrada em 1945 graças à União Soviética (e a Stáline...)
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Na Conferência de Ministros dos Negócios Estrangeiros (Moscovo, 19-30 Outubro de 1943) foram discutidos os problemas mais importantes da organização do pós-guerra, em primeiro lugar a questão alemã.
As delegações dos Estados Unidos da América (EUA) - chefiada por Cordel Hull - e da Grã-Bretanha - chefiada por Anthony Eden- pronunciaram-se pelo desmembramento da Alemanha.
Os representantes da União Soviética (URSS) - delegação chefiada por Vyacheslav Molotov - defenderam o princípio do total extermínio do fascismo e a implantação de um controlo sobre a Alemanha que assegurasse uma paz firme e duradoura na Europa. A URSS não apoiou os planos de desmembramento da Alemanha.
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Na Conferência de Teerão (28 de Novembro a 1 de Dezembro de 1943), onde de encontraram pela primeira vez os líderes das três grandes potências da coligação anti-fascista – Iosif Stáline, Franklin Roosevelt e Winston Churchill – o problema alemão mereceu grande atenção.
O presidente dos EUA e o 1º ministro britânico propuseram dividir a Alemanha em diversos Estados. Roosevelt defendia cinco Estados alemães independentes e/ou sob o controlo das Nações Unidas ou de todos os países europeus. Churchill apresentou o seu plano de desmembramento da Alemanha. Consistia em isolar a Prussia do resto da Alemanha e separar as províncias meridionais deste país - Baviera, Baden e outras - desde o Sarre até à Saxonia inclusive. Churchill propunha-se criar assim uma chamada «Federação do Danúbio».
A delegação soviética não apoiou estes planos pelo que a questão da estrutura da Alemanha no pós-guerra foi remetida para um estudo mais minucioso da Comissão Consultiva Europeia.
Na Conferência de Ialta (4-11 de Fevereiro de 1945) foi estipulada a divisão da Alemanha em três zonas de ocupação. Para Berlim ficou prevista a introdução de Forças Armadas das três potências. Roosevelt e Churchill apresentaram de novo as suas propostas de desmembramento da Alemanha. Na sua opinião tal medida era necessária para a segurança internacional. A União Soviética rechaçou energicamente estas propostas.
Nos princípios básicos do programa para a solução do problema alemão apresentados pela URSS estavam previstos a destruição do potencial da indústria de guerra da Alemanha; total supressão do fascismo e do nazismo; castigo dos criminosos de guerra; o ressarcimento por parte da Alemanha dos danos causados aos povos da Europa; a criação de uma Alemanha democrática, independente e pacífica.
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Na Conferência de Potsdam (17 de Julho a 2 de Agosto de 1945) as potências ocidentais insistiram pela enésima vez nos planos de desmembramento da Alemanha. O novo presidente dos EUA, Harry Trumam, apresentou uma proposta de criação de três Estados alemães: Sul, com capital em Viena; o do Norte, cuja capital seria Berlim; e o do Oeste que abarcaria as regiões do Ruhr e do Sarre.
Mais uma vez Stáline rechaçou estes planos. A delegaçao soviética manteve-se firme na defesa de que os interesses da segurança e da independência dos povos exigiam uma profunda e ampla democratização da Alemanha e não o seu regresso aos tempos da dispersão política. Graças à posição soviética ficou assente em definitivo que no pós-guerra a Alemanha deveria ser considerada como um todo único económico.
In A grande Guerra Pátria da União Soviética, em castelhano, Editorial Progresso, 1975
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