Há dias, na comissão parlamentar inglesa de inquérito à falsificação do índice Libor, foi perguntado a um vice-governador do Banco de Inglaterra se estava confiante que já não houvesse falcatruas. A resposta foi: «não posso confiar em nada, depois de tomar conhecimento desta fossa de estrume [cesspit]» (Telegraph, 9.7.12). Não é todos os dias que se pode concordar com um vice-governador do Banco de Inglaterra. A fossa de estrume em questão é a grande finança. É a banca que «precisa de ser recapitalizada», objectivo que justificaria a destruição das economias e a ruína dos estados. São os «mercados» que têm de ser «acalmados» e para isso precisam que nos cortem direitos, salários, subsídios e feriados. Já é oficial: trata-se duma estrumeira.
Mais de 14 milhões de pessoas estão desempregadas nos EUA, segundo os dados do Departamento de Trabalho norte-americano. O valor assinala um crescimento de cerca de meio milhão de registos desde o passado mês de Março, e traduz a dimensão das consequências da crise capitalista para o povo, sobretudo se considerarmos que nesta contabilidade oficial não entram os empregados a tempo parcial e os trabalhadores que já perderam o direito a prestação social e desistiram de manter a respectiva inscrição no centro de emprego.
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Mas enquanto os trabalhadores norte-americanos enfrentam tempos de aflição avolumados pelos draconianos cortes públicos nas administrações federal e local, os directores executivos das 200 maiores empresas do país arrecadaram em 2010 salários médios de quase 11 milhões de dólares, mais 23 por cento que em 2009, revelou o New York Times.