Soldado soviético hasteia bandeira da URSS no Reichstag em Berlim em 1945
75.º aniversário da Vitória sobre o nazi-fascismo
Sábado, 9 de Maio PCP
10h00 – Declaração do Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, sobre o 75.º aniversário da Vitória sobre o Nazi-Fascismo;
14h00 – Vídeo do PCP «75.º aniversário da Vitória sobre o nazi-fascismo. Em nome da paz e da verdade. Contra o fascismo e a guerra»;
17h00 – Sessão pública do PCP «Em nome da paz e da verdade. Contra o fascismo e a guerra», com Pedro Guerreiro, Francisco Canelas, Ilda Figueiredo, João Pimenta Lopes, João Goulão, Kaoê Rodrigues e Luís Carapinha;
21h00 – Iniciativa do PCP comemorativa do 70.º aniversário da Vitória sobre o nazi-fascismo, no dia 8 de Maio de 2015, em Lisboa.
Transmissão em www.pcp.pt e nas contas do PCP no Facebook, Twitter e Youtube
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Evolução 2013/2014/2015
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As operadoras estão a dar aos pacotes de telecomunicações sem fidelização preços bem mais caros e custos de instalação inflacionados.
Segundo valores divulgados pela DECO, os aumentos atingem os custos de instalação em todas as operadoras de um máximo de 300 euros para um máximo de 410 na Vodafone, num contexto em que os custos de activação não se alteram.
Um pacote com TV, internet e telefone fixo sem fidelização pode custar no final do ano 1921,76 euros na MEO, ou seja, mais 952 euros do que uma oferta com fidelização de 24 meses.
Na Vodafone os consumidores arriscam-se a pagar mais 770 euros e na NOSmais 633 euros.
Isto anda tudo ligado: alienação, comunicações, comércio, comunicação social, divertimento, economia, informação, POLÍTICA, publicidade...
«Comem-nos vivos em vida / Mortos a terra nos come / Como dá tanta comida / Quem cá passou tanta fome?». Logo que o Homem toma consciência da sua condição, e o exprime esteticamente, está entornado o caldo da exploração do homem pelo homem. Por isso há quem tenha procurado – e insista – destinar a Arte Popular ao recanto do pitoresco, o lugar em que tudo o que é testemunho vivo soçobra. Chegariam então os tais turistas, «avinhados ao ritmo dos ferrinhos e da concertina»; e haviam de chegar os mandantes, orgulhosos dos governados humildes, na atitude, e garridos, no trajar; e chegariam também os entendidos, habilidosos na justificação do paradoxo de um povo empobrecido porém feliz. Lopes-Graça, apoiado no trabalho de Michel Giacometti (e alguns, poucos, mais) viria a baralhar tão conveniente harmonia, definindo a nossa música popular como «a crónica viva e expressiva da vida do povo português – quer dizer: da vida rústica do povo português» (Fernando Lopes-Graça, in A Canção Popular Portuguesa). O fascismo não facilitou a vida à música dos nossos campos. Ciente da sua inadequação no cenário idílico do Estado Novo fascista, Salazar deu a inventar a «política do espírito» em que um povo colorido e coreografado se exibiria em arraiais de FNATes e concursos de folclore. A música do povo português não era bem-vinda nesses certames de construção de uma “tradição popular” fascista, e ainda bem. Cairia o cantar do povo português no esquecimento da História não fora a persistência – a existência! – dos seus naturais cultores, o trabalho de recolha realizado por Michel Giacometti e alguns mais (poucos), e a própria História que, por artes do 25 de Abril, havia de lhe encontrar lugar e urgência no desenho da nossa identidade democrática. Nada mais natural, pois, do que um grupo de jovens ter considerado, faz agora 40 anos, que o seu tempo era «o tempo de, também aqui, no campo da cultura popular, dar um passo em frente, fazendo [a música popular] irromper do marasmo e do esquecimento de cinquenta anos de ditadura cultural» (texto de apresentação de «EitoFora», 1977). Estava, assim, achado o programa de acção da Brigada Victor Jara dois anos depois de, no ambiente dinamizador do MFA, se ter achado o nome do grupo: «o de Brigada, com intenção; o de Victor Jara, com admiração e saudade». Quarenta anos depois, permanecem o propósito e o nome.
De «pertos» se faz o longe
Faz sentido que nas páginas do Avante!, no momento em que se assinalam 40 anos de existência da Brigada Victor Jara, se realce a inscrição da actividade do grupo na luta dos comunistas portugueses, partilhando uma concepção de acção partidária em que o lugar da cultura e da arte recusa a lógica do entretenimento, assumindo-se argumento político por inteiro. Por isso, ao longo de quatro décadas, a Brigada esteve presente em cada um dos diversos tempos da acção política: nas sessões de esclarecimento a seguir ao 25 de Abril, nos momentos difíceis do Verão Quente (tendo sido, por duas vezes, evacuada pela GNR – em Cantanhede e Coja), nas Conferências da Reforma Agrária, em muitas edições da Festa do Avante!, em campanhas eleitorais, comícios, no Centenário de Álvaro Cunhal. Repartindo palcos militantes com Adriano Correia de Oliveira, Trovante, Ary dos Santos, Samuel, Manuel Freire e tantos outros. Permanecendo, após tantos anos de avanços e recuos, ao lado dos deserdados, de quem tomou cantigas e compromisso com o devir.
Quarenta anos decorridos – também, pouco que seja, por nossa «culpa» – cavaquinhos, bombos e gaitas de foles, modas da ceifa e cantos de romaria incorporam-se já na paisagem sonora portuguesa, nas mãos e nas vozes de novos e de velhos, e estão mobilizados para a luta mais geral pelo reconhecimento da Cultura enquanto elemento central da nossa caminhada História adentro. Palavras graves, estas ainda agora ditas, coisa pouca se comparadas com o que, de vida – a que gerou a tal crónica viva e expressiva de que falava Lopes-Graça –, sustentou os sentimentos, os sotaques, os sabores, as convicções de que somos feitos e por que fazemos sentido. É por isso que seguiremos ainda, e alguém depois de nós, espalhando as cantigas que aprendemos do nosso povo para «que na grande construção do mundo se sinta o fio das vozes e a razão dos sons, com suas primas e bordões, ajudando a enterrar sementes que serão Futuro e que hão-de fecundar o chão que é nosso. De «pertos» se faz o longe que esperamos, medido em passos» – escreveu, tão bem, no livro que acompanha a reunião da discografia da Brigada, Manuel Louzã Henriques, velho amigo, velho comunista de Coimbra.
Uma esclarecedora conversa telefónica foi praticamente silenciada na comunicação social do regime, facto que é igualmente esclarecedor. No início de Março foi colocada no You Tube a gravação dum telefonema entre o ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Urmas Paet, e a Alta Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Catherine Ashton, no rescaldo do golpe de Estado que em Kiev derrubou o presidente eleito da Ucrânia, Ianukovitch. Sobre a autenticidade da gravação não restam dúvidas: foi confirmada pelo próprio MNE estónio. No telefonema, Paet relata à sra. Ashton o que lhe fora dito por Olga Bogomolets, que chefiava os apoios médicos aos manifestantes da Praça (Maidan) da Independência em Kiev, onde dezenas de pessoas foram mortas por franco-atiradores. Segundo o MNE da Estónia «o pertubador é que a Olga disse-me que todos os indícios apontam para o facto de que as pessoas que foram mortas pelos franco-atiradores – dos dois lados, polícias e manifestantes – foram vítimas dos mesmos franco-atiradores, que matavam pessoas dos dois lados. Ela mostrou-me fotos, e afirmou que enquanto médica podia afirmar que as mortes tinham a mesma assinatura, que foram usados os mesmos tipos de balas, e que é realmente perturbador que agora a nova coligação não queira investigar o que na verdade aconteceu». «Existe hoje», continua o ministro estónio Paet, «uma convicção cada vez mais forte de que por detrás dos franco-atiradores não estava Ianukovitch, mas sim alguém da nova coligação».
As afirmações do ministro estónio são claras. Enquanto toda a comunicação social «democrática» procura legitimar o golpe de Estado conduzido pelas tropas de choque fascistas nas ruas de Kiev, acusando o presidente Ianucovitch de ter as mãos manchadas de sangue, um ministro da UE, recém-chegado de Kiev contava à Sra. Ashton que mesmo na Maidan havia outra «convicção cada vez mais forte»: o massacre era obra de provocadores. Mas a sra. Ashton reagiu como a comunicação social: assobiando para o lado. Não foi pela via da UE que se soube do relato do MNE da Estónia. E quando a comunicação social russa chamou a atenção para a gravação, eis como o órgão oficioso da UE reagiu: «Ucrânia: Estónia nega notícia divulgada em ‘media’ russos» (Euronews, 6.3.14). É preciso ler o texto da notícia para saber que «a Estónia confirma a autenticidade da conversa telefónica», desmentindo o próprio título. A conspiração de silêncio sobre factos que questionam toda a «história oficial», num caso cujas consequências podem vir a conduzir a Humanidade para a catástrofe, diz muito sobre a UE e a sua natureza.
Provocação análoga está documentada em imagens dos dias que antecederam o golpe de Estado na Venezuela, em 2002: atiradores da oposição mataram a tiro manifestantes anti-Chávez para logo de seguida acusar o regime de repressão. Há indícios fortes de que o mesmo se passou na Lituânia em 1991, na Bósnia, na Líbia, na Síria e noutros países alvos do imperialismo. Está oficialmente documentado que em 1962 as mais altas chefias militares dos EUA enviaram ao Presidente uma lista de «pretextos que possam justificar uma intervenção militar em Cuba» (a «Operação Northwoods») onde, entre outras provocações sórdidas, se propunha que os EUA desencadeassem «uma campanha de terror […] na zona de Miami, noutras cidades da Florida ou até em Washington […] dirigida contra refugiados cubanos que procuram abrigo nos Estados Unidos» (Avante, 28.12.01). A provocação tem historial antigo. E a mentira belicista também. Para os círculos dirigentes do imperialismo, mesmo a sua tropa de choque é carne para canhão.
É dos últimos dias a divulgação no YouTube doutra conversa telefónica explosiva, entre o MNE turco e o chefe dos serviços secretos desse país, que sugere criar um casus belli com a Síria, através dum falso ataque com mísseis contra Turquia. A Turquia é um país da NATO. Uma eventual guerra aberta entre os dois países poderia conduzir à intervenção militar NATO contra a Síria.
A realidade histórica (distante e recente) comprova de forma brutal que o capitalismo é capaz dos maiores crimes, das maiores mentiras e das maiores provocações, no seu afã de dominar os povos. Não há areia que chegue para fazer como a avestruz.