Vale a pena lutar?
- Que o digam os STCP, obrigados a passar motoristas com contratos precários a efectivos;
- a Soturim, condenada a indemnizar 15 trabalhadores;
- a Forcargo forçada a recuar no pagamento reduzido do trabalho extra
- os TST sobre o pagamento dos descansos compensatórios.
- Que o digam os cem assistentes operacionais do Hospital da Universidade de Coimbra, que viram repostos os seus salários;
- ou os trabalhadores reintegrados na Isporeco, Vanpro, Bosch, Such ou Goodrest.
- Que o digam os trabalhadores temporários ou a prazo integrados nos quadros da Visteon, Delphi, Bosch, Entreposto Lidl, Portucel, Autoneum;
- os 23 enfermeiros que estavam a recibo verde e passaram a contrato no Garcia de Orta;
- os trabalhadores da Ecalma e os largos milhares que, com a sua luta, levaram à assinatura em mais de 200 autarquias dos horários das 35 horas de trabalho.
- Que o digam ainda os milhares de trabalhadores que conquistaram aumentos salariais ou que viram ser pagos salários em atraso;
- as populações que, com a luta, conseguiram travar encerramentos de serviços de saúde e obrigar à colocação de mais profissionais;
- os que alcançaram o aumento de funcionários, a colocação de professores, o alargamento dos horários das bibliotecas, papelarias e cantinas, a realização de obras e a retirada de amianto.
Vale a pena lutar e continuar a lutar, mesmo para aqueles que ainda não conseguiram os seus objectivos, pois em cada processo desenvolvido reforça-se a sua unidade, a sua consciência e aumenta a sua força colectiva. E essas são razões bastantes para valer a pena. Foi a luta que derrotou social e politicamente o Governo; é com a luta que se derrota a política de direita e se abre caminho à alternativa.